João Lúcio Pousão, Poeta e Advogado, nasceu em Olhão
em 1880 e faleceu na mesma localidade, em 1918.
Como poeta, foi um dos mais relevantes em Olhão e no
Algarve, tendo publicado quatro livros com a sua Obra. Para além de uma
juventude cheia de publicações em jornais.
Para além de uma carreira brilhante como advogado, politicamente
foi Monárquico convicto e orador fluente, chegou mesmo a ser Deputado
franquista em 1906 e posteriormente Presidente da Câmara de Olhão.
Após o falecimento do seu filho varão, João Lúcio
procurou um local isolado onde pudesse ter um maior isolamento espiritual.
Deste modo, em 1916 deu início à construção do
chamado Chalé do Marim (hoje em dia), uma moradia escondida no pinhal da sua
Quinta de Marim. Local rico em lendas seculares sobre encantamento de Mouras
(apesar de não ter tido tempo de usufruir da mesma, devido ter falecido logo
após a sua conclusão).
Trata-se de um edifício quadrangular, com três
pisos, sem frente nem traseiras. É constituído por quatro entradas, cada uma
com o seu significado e distribuídas pelos quatro pontos cardeais.
A escadaria a Norte tem a forma de peixe, que
significa a água; a escadaria a Sul com forma de guitarra, representa o fogo; a
escadaria a Nascente, com forma de Violino significa o ar; e por fim a
escadaria a Poente com forma de Serpente significa a Terra (está voltada para a
Urbe de Olhão)
Cada sala interior apresenta determinada simbologia
(expressa nos adornos) e corresponde ainda a um poema.
Pelo seu exoterismo, considera-se um exemplo máximo
da arquitectura simbolista em Portugal (existe apenas mais um exemplar em
Portugal, a Quinta da Regaleira em Sintra).
Localiza-se junto ao Parque de Campismo de Olhão, e
actualmente serve de Ecoteca de Olhão. Conservam-se alguns objectos pessoais do
poeta e documentação variada, em exposição e aberto ao público, para quem
quiser conhecer mais.
Pela beleza arquitectónica e sua envolvente natural,
vale a pena a visita.
O Chalé antes do seu restauro... |
O Chalé antes do primeiro restauro |