A agricultura de sequeiro foi, em tempos, uma das principais
actividades económicas do interior algarvio. A principal vertente desta
actividade era a cultura dos frutos secos, destacando-se a alfarroba, o figo e
a amêndoa.
Hoje em dias, são poucos os que ainda trabalham no campo,
apesar de continuar a ser um dos símbolos do Algarve.
O Varejo (à moda algarvia) é efectuado nos meses de Agosto
e Setembro, sendo uma actividade à base de trabalho manual. Consiste em bater
nos ramos da árvore com a ajuda de varas de madeira compridas, tradicionalmente
compradas nas feiras, ou com canas. Esta acção faz cair os frutos, que depois
são apanhados no chão limpo de folhas, ramos e arbustos (como antigamente) ou
em panos de matéria plástica, utilizados hoje em dia.
A Alfarrobeira é uma árvore selvagem característica da costa
do Mediterrâneo e a alfarroba é a sua vagem comestível, adocicado e semelhante
ao feijão.
O Alfarroba é um fruto com uma enorme diversidade: é
utilizada na produção de gomas e espessantes; a polpa da vagem é torrada,
triturada e transformada em farinha de alfarroba; substitui o cacau, apesar de
possuírem enormes diferenças; o fruto é ainda utilizado para produção de
aguardente de alfarroba, licores, pastelaria regional e mel.
É um alimento saudável de elevado teor nutritivo, que não
possui qualquer agente alergénico ou estimulantes. Colabora para o bom
funcionamento o sistema nervoso, melhora a atitude mental e de raciocínio.
Possui um alto teor de açúcares e um baixo conteúdo
calórico, com alta quantidade de fibras naturais.
Dados todos os seus benefícios e a sua diversidade,
Portugal é o segundo maior país de exportação de farinha de alfarroba.