Empreita de Palma no Barrocal Algarvio
Em visita a
uma das Feiras de Artesanato de Tavira, encontrámos a simpática artesã algarvia
Maria Odete Carmo, que já trabalha na arte da Empreita de Palma (também utiliza
outros materiais) desde os seus 10 anos de idade. Ensinada por sua mãe, esta artesã
tem trabalhado durante toda a vida nesta arte, na qual dá formação, dando o seu
contributo para que nunca se perca esta actividade tradicional algarvia.
As suas
fantásticas peças de empreita (desde cestaria a bases para tachos, capachos com
e sem cores, entre outros) podem ser encontrado em feiras de artesanato e em
lojas.
Dado que se
trata de uma actividade em vias de extinção, decidimos investigar sobre esta
arte tão antiga e tão algarvia…
A empreita de
Palma é uma actividade tradicional bastante antiga e predominante no Algarve,
mais propriamente no Barrocal Algarvio.
Sendo
tradicionalmente um trabalho efectuado por mãos femininas e apenas quando não
havia trabalho no campo (era apenas um complemento), a empreita surgiu devido à
necessidade de embalar figos, amêndoas e alfarrobas para o seu transporte.
Surgem então
as alcofas, os cestos, as gorpelhas, as esteiras, as ceiras,… Mais tarde,
criam-se objectos para utilização no quotidiano, tais como os chapéus, as
vassouras, os vasculhos, os capachos, os
tapetes, os abanos, as bases para os tachos, sacos diversos, revestimentos para
garrafões e garrafas de vidro, entre outros.
A empreita não
é mais do que uma fita de palma entrelaçada. A folha de palma é proveniente de
uma espécie de palmeira anã que crescia nos matos do Barrocal. Posteriormente,
devido à escassez da planta, começou a ser importada do sul de Espanha.
Para executar
qualquer peça em folhas de palma, é necessário preparar as folhas (ou fervas)
de palma: ou eram colhidas no mato e colocadas ao sol a secar, ou compravam-nas
já secas.
Depois, são
escolhidas consoante a utilidade: as mais grosseiras são para utensílios menos
exigentes, a outra é tratada. A palma é molhada para facilitar o seu
manuseamento.
Na fase
seguinte, enxofra-se a palma através de um banho de vapores de enxofre para que
se possa clarear. Quando as folhas são muito largas, ripam-se para que fiquem uniformes.
Para produzir
efeitos artísticos nos objectos, tingem-se as palmas, passando as mesmas por um
banho de água quente com a cor pretendida. Nesta fase, corta-se o pé para
soltar as folhas.
A palma está
pronta para se fazer uma fita comprida e entrelaçada. Com a ajuda de uma agulha
de cobre, a empreita é cosida com finas folhas de palma molhadas (para dar mais
flexibilidade), ou com baracinhas (que é um fino cordão executado com palma
enrolada).
O objecto
ganhou forma, agora passa-se à fase dos acabamentos! É necessário debruar para
rematar o bordo do objecto, efectuar as asas (quando necessário) que são feitas
de baracinhas, cortam-se as pontas da palma que ficam a sobressair e o trabalho
está terminado!
Hoje em dia, a
empreita é apenas um tipo de artesanato representativo e uma das atracões
turísticas do Algarve, não tendo mais a importância de outrora. É muito
utilizada com finalidades decorativas.
onde posso encontrar esta senhora.?
ResponderEliminarsou de tavira